Primeira edição do Encontro Nacional de Secretarias dos MPCs destaca boas práticas de gestão
Nesta segunda-feira (20), foi realizado o I Encontro Nacional de Secretarias dos Ministérios Públicos de Contas. O evento, organizado pelo Parquet de contas de Pernambuco (MPC-PE), em parceria com o do Paraná (MPC-PR), contou com a participação de servidores e técnicos de secretarias de todo o país, compartilhando cases e iniciativas de gestão.
Assista a live completa: I Encontro Nacional de Secretarias dos Ministérios Públicos de Contas.
A abertura do Encontro contou com boas-vindas do procurador-geral do MPC-PR, Gabriel Guy Léger. “É um encontro de extrema importância para o alinhamento de projetos especiais e para o intercâmbio de conhecimentos e ideias para que possamos aprimorar nossa gestão”, avaliou. O procurador-geral do MPC-PE, Ricardo Alexandre, destacou a importância da área meio para o trabalho dos membros na atividade-fim da organização. “A secretaria é o coração pulsante do MPC. Praticamente tudo passa por essa engrenagem, que tem que rodar bastante calibrada para que o ministério funcione e traga resultados concretos para a sociedade”, evidenciou.
Também falou na abertura do evento a secretária do MPC-PE, Raíssa Castro Araújo Vilar, que reforçou a seriedade do trabalho destas unidades administrativas. “A gente trata cada processo com muito cuidado, para que cada procurador possa exercer sua função constitucional com tranquilidade e suporte necessários” explicou. “É uma arquitetura de gestão, planejamento e administração. Nosso trabalho não está apenas na precisão das atas, na organização de uma pauta ou na eficiência de um sistema. Somos guardiões dos ritos, prazos e meios”, esclareceu Raíssa Castro.
O I Encontro Nacional de Secretarias dos MPCs contou com palestra da procuradora-geral Adjunta do MPC-PE, Eliana Lapenda Guerra, com o tema “A Secretaria: O Coração Pulsante do Ministério Público de Contas", e apresentação de servidora do Parquet pernambucano, Cida Morais, no painel Boas Práticas das Secretarias dos MPCs. Também foram exibidas no evento oficinas sobre tecnologias digitais, sistemas de gestão e apresentações de cases de destaque recebidos pelas secretarias.
No turno da tarde, Allan-Kardec Araújo Pereira inicia a discussão sobre o tema “Dinâmica de Inovação e Laboratório de Possibilidades”. Em uma análise aprofundada, o palestrante, introduz conceitos-chaves na mudança cultural e comportamental dos laboratórios de inovação, que, agora, colocam o cidadão no centro das políticas públicas.“Inovação no setor público é a implementação de novas ideias, processos, serviços ou tecnologias para melhorar a eficiência governamental, a qualidade dos serviços ao cidadão e ao Estado, visando maior eficácia, transparência, acessibilidade, bem-estar social e solução de problemas” afirmou.
Em seguida, Cassiano Zeferino de Carvalho Neto, presidente e fundador do Instituto Galileo Galilei, palestrou sobre “Competência, Tecnologia HI*AI e Inovação no Setor Público”. A apresentação abordou a evolução da comunicação e seu impacto na cognição, desde a origem da vida até a plasticidade cerebral na era digital, ressaltando que a inovação educacional exige engajamento sistêmico, e não apenas novas ferramentas. “A tecnologia é a dimensão essencial entre a biologia e a cultura. Somos humanos por sermos tecnológicos, e tecnológicos por sermos humanos. Talvez nada seja tão humano quanto a tecnologia, quando submetida a uma profunda análise crítica”, declarou.
O evento contou com a participação de Rodrigo Mota Narcizo, servidor da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que ministrou a oficina intitulada: "Técnicas e Ferramentas de Design Thinking e Cultura da Inovação". Ele apresentou o Design Thinking como uma metodologia criativa e colaborativa, essencial para a resolução de problemas no setor público. O palestrante destacou a necessidade de uma abordagem focada no ser humano e na inovação. “A cultura da inovação é a gente pensar e agir, de se relacionar a uma organização que favorece a criatividade, a experimentação e a melhoria contínua. Nosso órgão, gente, nós temos a liberdade de ser criativo, de experimentar, de melhorar continuamente”, disse.
Presidente do TCE relaciona Controle Externo à democracia
Durante o I Encontro, o presidente do TCE-PE, conselheiro Valdecir Pascoal, ministrou a palestra “O Papel dos Tribunais de Contas no contexto da defesa da democracia”. No debate, afirmou que a democracia precisa de instituições sólidas e que assegurem a execução dos direitos. “Se um país tem o voto livre, mas não têm estas instituições, não é uma democracia perfeita”, afirmou. “Por isso, há indicadores de qualidade da democracia no mundo todo. A The Economist tem vários indexadores de accountability, que é o processo de prestação de contas”, prosseguiu.
Em seguida, o presidente do TCE-PE afirmou que a democracia vive uma crise de confiança e é papel do Tribunal de Contas fazer com que a sociedade saiba o que esperar do Estado. “A democracia pode ser ajudada por mil outras medidas de fortalecimento, mas nós temos que honrar o salário que o cidadão nos paga e contribuir com um Estado mais transparente”, defendeu, afirmando que o contribuinte quer saber se o seu patrimônio está sendo corretamente destinado à gestão de políticas públicas.