Servidores, amigos e familiares do conselheiro Dirceu Rodolfo lotaram o auditório do Tribunal de Contas na manhã desta terça-feira (07), para assistir à cerimônia de posse dele na presidência do TCE. A solenidade foi acompanhada por várias autoridades, representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, entre elas o governador do Estado, Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, o presidente do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro, o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, desembargador Adalberto de Oliveira, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eriberto Medeiros.
Também compuseram a mesa os conselheiros Ranilson Ramos, novo vice-presidente, Teresa Duere (corregedora), Valdecir Pascoal (diretor da Escola de Contas), Carlos Neves (presidente da 1ª Câmara) e Marcos Loreto (presidente da 2ª Câmara), a procuradora geral do Ministério Público de Contas, Germana Laureano, o novo auditor geral, Adriano Cisneiros, o presidente da Atricon, Fábio Nogueira, entre outros.
A sessão solene foi aberta pelo ex-presidente, conselheiro Marcos Loreto, que saudou o novo presidente e fez uma breve “prestação de contas” da sua gestão, destacando os desafios futuros, a capacidade técnica do TCE para enfrentá-los e agradecendo aos servidores pelo empenho e dedicação durante os dois anos em que esteve à frente da presidência.
Após a assinatura do Termo de Posse do presidente, vice-presidente e da nova mesa diretora do TCE, o conselheiro Valdecir Pascoal deu início ao discurso de saudação ao novo presidente. Bastante emocionado, Pascoal fez um cronograma da trajetória de Dirceu Rodolfo, lembrando a figura humana “de múltiplos talentos e virtudes” e destacando o fato de encontrar nele muitos "Dirceus", "o menino, o filho, o esposo, o pai, o músico, o desportista, o jurista, o intelectual, o conselheiro, o presidente que virá e o amigo", afirmou. "Nesses 30 anos de amizade, não me lembro de nenhum momento difícil da minha vida em que ele não tenha estado presente, ajudando a encontrar saídas. Guerreiro, cabeça de homem, coração de menino, irmão camarada", disse Pascoal.
Em seu discurso, após agradecer a saudação de Pascoal, Dirceu Rodolfo fez uma referência à gestão do conselheiro Marcos Loreto e um agradecimento especial ao ex-presidente. Depois, citou autores como Manuel Castells, Pierre Rosanvallon, Sérgio Buarque, Boris Pasternak e Giuseppe di Lampedusa, fazendo uma análise da sociedade atual e seu acelerado processo de transformações, “estruturada pelo modo informacional, precisamente em redes interconectadas”, disse, em citação a Castells. "O nosso mutante mundo novo tem exigido, tanto das pessoas como das instituições, sucessivas adaptações em lampejos de tempo irrespiráveis, além de estar produzindo, dia após dia, uma civilização repleta de múltiplas clivagens, carente de identidade, saturada por informações turbadoras das melhores versões da verdade, aprofunda a solidão humana e gera desconfiança como princípio geral de relacionamento", disse ele.
“O TCE, os demais tribunais de contas e todas as outras instituições precisam buscar plataformas de comunicação horizontal, de maneira que possam encontrar um estado de pervasividade comunicativa com todos os extratos da sociedade”, afirmou.
“Esta Casa reafirma a sua vocação ao bem servir e ao diálogo maduro, como também vem dizer que permanecerá perseguindo o desafiador compromisso de atuar sobre trilhos, trilhas e veredas conducentes a padrões de desempenho e de efetividade esperados de uma Instituição Superior de Controle Externo”, completou o novo presidente ao falar dos desafios da sua gestão.
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SERVIDORES E SOCIEDADE – Ainda em sua fala, Dirceu expressou o desejo de que os servidores do TCE “pratiquem a autocrítica como puro exercício de lucidez”, na busca pelo aperfeiçoamento e pelas boas práticas no dia a dia do trabalho. E reforçou que, como diversos outros bons tribunais de contas do país, deseja que o Tribunal pernambucano seja julgado com justiça. “Não é possível que, com o padrão de trabalho adotado, com a seriedade que depositamos no modelo de controle externo praticado em Pernambuco e com a dedicação que os servidores desta Casa entregam a este órgão, estejamos sujeitos a sentenças generalizantes”, comentou.
GRATIDÃO – “Quanto ao presidente que ora assume, o verbo em meu nome há de ser usado para expressar gratidão. Tenho de agradecer aos meus pares queridos amigos, pela confiança depositada”. Desta forma o conselheiro deu início a um dos pontos mais emotivos do seu discurso, onde agradeceu aos amigos, presentes e ausentes, destacando nomes como João Carneiro Campos, Inaldo Sampaio, Caio Caribé e Guilherme Uchôa, que faleceram em 2019.
FAMÍLIA - Dirceu fez um agradecimento especial à família presente à solenidade, citando a esposa, Giani, “alguém que traz consigo todas os sublimes predicados e uma inexpugnável vocação para ser parceira na vida”, os três filhos, Maria Amélia, Dirceu Neto e Heitor, seus pais, Dirceu e Sevy, e o irmão, Wedme.
“A passagem de cada conselheiro pela presidência do TCE é um momento insuscetível de repetição. Mesmo sabendo que coisas acontecerão e outras não acontecerão exatamente porque estou presidente, o esforço é para errar pouco e corrigir posturas sabidamente equivocadas. Que o grande cuidado lance luzes sobre os caminhos desta casa”, disse ele, encerrando o discurso e dando início a sua trajetória como presidente do Tribunal de Contas de Pernambuco.
PERFIL - Dirceu Rodolfo de Melo Júnior tem 50 anos. Nasceu em 20 de julho de 1969 na cidade de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife. Formou-se em Direito em 1992 pela Universidade Federal de Pernambuco e em 2002 concluiu especialização em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas.
O ingresso no Tribunal de Contas se deu em 22 de março de 1993, por meio de concurso público para o cargo de procurador do Ministério Público de Contas, onde atuou como Procurador Geral por três mandatos, sendo o primeiro procurador oriundo dos quadros do MPCO a se tornar conselheiro e presidente do Tribunal de Contas.
Em 28 de março de 2011 foi nomeado para o cargo de Conselheiro do TCE pelo então Governador de Pernambuco, Eduardo Campos. No Tribunal de Contas ocupou os cargos de Vice-Presidente, Corregedor Geral, Diretor da Escola de Contas Públicas, Ouvidor e Presidente da 1ª e 2ª Câmaras.
Como conselheiro, foi o relator dos processos da Arena Pernambuco, julgados no último dia 17 de dezembro, numa sessão que durou quase 12 horas, a mais longa da história do TCE.
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Gerência de Jornalismo (GEJO), 07/01/2020
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