O conselheiro Dirceu Rodolfo foi um dos participantes do debate que a Rádio Jornal promoveu nesta terça-feira (13), no programa de Geraldo Freire, sobre a judicialização do processo eleitoral em Pernambuco, juntamente com o juiz eleitoral Henrique Melo e o advogado Humberto Vieira de Melo.
Os três debatedores abordaram em momentos distintos a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97), as restrições impostas aos candidatos pela minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso, a ética na política, o barateamento das campanhas em decorrência das novas regras regulamentadas pelo TSE, a descrença de uma parte da população com a classe política e a necessidade de os congressistas aprovarem uma reforma política que torne o processo eleitoral menos instável e não sujeito a mudanças a cada dois dias, o que dificulta a consolidação de jurisprudência no Tribunal Superior Eleitoral.
DESCOMPASSO - Numa de suas intervenções, Dirceu Rodolfo declarou que há um descompasso entre a sociedade e a classe política, pois enquanto a primeira “é digital” a segunda é “analógica”. Ele concordou com uma observação de Humberto Vieira segundo a qual as restrições impostas aos candidatos tornaram a campanha deste ano menos dispendiosas, mas ao mesmo tempo frias e despolitizadas, haja vista o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que foi o fato político mais importante deste ano, encontrar-se fora da agenda do debate político nos grandes colégios eleitorais.
Para o conselheiro do TCE, em que pese a campanha eleitoral deste ano ter um componente “artificioso”, o eleitor deve cobrar dos candidatos pelo menos duas coisas: ética na política e “sinceridade” nas ações, que consiste em não prometer à população aquilo que não tem condições de realizar.