O Tribunal de Contas realizou na manhã desta segunda-feira (22), uma sessão especial, por meio de videoconferência, para lembrar o primeiro ano da morte do conselheiro João Carneiro Campos, que faleceu aos 49 anos, vítima de um ataque cardíaco.
A homenagem contou com a presença do governador Paulo Câmara e a esposa, Ana Luiza, que era sobrinha de João Campos, além da família do conselheiro, a esposa, Rosana, os filhos, Luiza, João Pedro e José Henrique, as irmãs, Vanja e Malu e os sogros, José Henrique e Ana Luiza.
A sessão foi aberta pelo presidente, conselheiro Dirceu Rodolfo, que destacou, em seu discurso, que a sessão era mais que um ato de evocação e homenagem a João Campos, era um momento de afirmação, celebração, gratidão e, principalmente, de necessidade institucional. “Esta Casa vem expressar a necessidade de realçar a presença intátil do conselheiro João Campos, por tudo de honroso, regozijante e emulador que isso significa”, falou Dirceu.
“Lembrar João Carneiro Campos é estar em sua presença e poder falar das coisas, sentimentos e vários conhecimentos que vieram por meio dele e que persistem em todos”, afirmou o presidente.
Dirceu Rodolfo ainda falou sobre as virtudes de João, o humor, a inteligência, a integridade, suas visões sobre a sociedade e o mundo geral. E descreveu o conselheiro com um termo que viria a ser muito repetido: um homem do diálogo.
Em seguida o governador do Estado, Paulo Câmara, rendeu sua homenagem ao conselheiro citando um texto de autoria do escritor Raimundo Carrero, que fala sobre a saudade deixada por João Campos. “Naquele texto, emocionado, nosso escritor renomado falava das saudades de um tempo de João menino. Hoje, um ano depois, nessa magia do tempo, falo das saudades do João adulto, amigo, cidadão e homem público”, comentou o governador que relembrou a trajetória de João Campos no serviço público, como desembargador do TRE e conselheiro do TCE. “Possuía a humildade dos sábios, o equilíbrio dos justos e a tranquilidade dos que dominam o ofício. Um ser humano que faz muita falta nos dias nebulosos que hoje vivenciamos”, disse o governador.
O decano do TCE, conselheiro Carlos Porto, também homenageou João, relembrando a tristeza que teve ao receber a notícia do seu falecimento. “Apesar de sua rápida passagem, ele deixou exemplos a serem seguidos, e que, sem dúvida, servirão de orgulho para todos”.
A conselheira Teresa Duere ressaltou o excelente colega que era João, que ia “muito além de um conselheiro”, e, para ela, se a homenagem foi realizada hoje é porque ele conseguiu tocar o coração das pessoas. “Gostaríamos de registrar hoje o nosso agradecimento, por ter tido João, por ele ser aquela figura e ter deixado a marca que deixou, obrigada, João!”, enfatizou a conselheira.
Dando continuidade às homenagens, o conselheiro Valdecir Pascoal relembrou seu artigo, escrito um ano atrás, que falava que João era a voz da ponderação. O conselheiro mais uma vez ressaltou essa qualidade e a capacidade de diálogo de João Campos. “Diálogo: era essa a grande arma-trunfo de João. Falo em pedras e em diálogo e me lembro de um poema de Carlos Drummond de Andrade – O Constante Diálogo”, comentou o conselheiro que em seguida declamou o poema.
“João gostava de poesia e é assim que eu quero expressar essa saudade especial no dia de hoje”, disse Pascoal.
Para o conselheiro Marcos Loreto, João Carneiro Campos era um agregador que faz falta, não só ao TCE, e sim a sociedade em geral, ainda mais no cenário atual. “Se eu pudesse mandar uma mensagem para João eu diria, fica tranquilo que não adianta esse céu anti-aurora nem o chumbo do velho pensamento, porque nosso compromisso será sempre o mesmo, nossos canteiros estarão eternamente animados nos verdes campos”.
O vice-presidente do TCE, conselheiro Ranilson Ramos, autor da proposta da sessão especial, foi outro a destacar a capacidade conciliadora e de diálogo do conselheiro. “Ele sempre foi uma palavra última para convergência”, falou Ranilson que classificou a “generosidade” como uma das maiores qualidades de João.
Em seguida o conselheiro Carlos Neves, que ocupou a vaga de João Campos no conselho do TCE, comentou sobre a responsabilidade que é ocupar a mesma cadeira de João. “Tive nas primeiras sessões a dificuldade emocional de habitar a mesma cadeira. Mas vi que os tempos são distintos, João ainda habita o Tribunal de Contas, ainda persiste na condição de conselheiro. É nele que vamos buscar inspirações. Então posso dizer com muita tranquilidade que não temos sete conselheiros, temos oito, a sua presença ainda é constante, ainda bem”, falou.
A procuradora geral do Ministério Público de Contas, Germana Laureano, relembrou os tempos da faculdade de Direito do Recife, quando ainda o conhecia apenas como “Joãozinho” e, tempos depois, a alegria de reencontrá-lo, com a mesma fidalguia, no Tribunal de Contas.Ela também falou sobre o respaldo e a relação dele com o Ministério Público de Contas. “A sua presença está indelevelmente gravada na história do Tribunal de Contas, do Ministério Público de Contas e na história de cada um de nós, porque João deixou um pedaço dele em cada um de nós”, comentou.
O auditor geral Adriano Cisneiros, em nome dos conselheiros substitutos, comentou sobre a falta deixada por João. “Era sempre um prazer tê-lo nas sessões, nos debates. Ele faz muita falta ao nosso convívio”, disse.
O chefe de gabinete de João Carneiro Campos durante sua estadia no TCE, Gustavo da Fonte Carneiro, falou em nome dos outros colegas de gabinete. Emocionado, lembrou o ‘amigo de juventude’, o ‘chefe conselheiro’ e de várias outras referências. “Além de uma forte e permanente saudade, o conselheiro João Campos deixou para os membros do seu gabinete, lembranças de uma pessoa afável, acessível, responsável, competente, amiga”, disse. “Sendo um momento de homenagem, cabe deixar registrado aos parentes e amigos, nosso testemunho de gratidão, apreço e admiração”, salientou.
O sogro de João Carneiro Campos, o advogado José Henrique Wanderley, foi outro a testemunhar o apreço e as qualidades do conselheiro, “um genro exemplar, como julgador foi um homem justo e imparcial e como amigo foi insuperável”, comentou.
A viúva, Rosana Campos, ao lado dos filhos, Luíza, João Pedro e José Henrique, agradeceu a homenagem prestada e falou sobre a saudade deixada por João. “Nosso amigo, pai, e também um conselheiro dentro de casa”, disse Rosana. “Cada palavra dita na sessão servirá como uma forma de conforto para todos os familiares”, afirmou.
A última a falar foi a irmã de João, Vanja Campos, que, em lágrimas, citou um trecho de um texto do escritor português José Eduardo Agualusa sobre “fazer da vida semente”. “Essa frase ficou na minha mente quando pensava em João e não sabia me expressar de tanta dor. E a única forma aliviar essa dor, mesmo que pouco, é imaginar que João é semente, e ele fez da vida semente, cada dia, cada hora, e no coração de cada um”.
A homenagem foi encerrada com aplausos de todos os que participaram da solenidade.
A sessão foi transmitida ao vivo pelo canal da TVTCEPE no Youtube. Para acessar a gravação, clique aqui.
Gerência de Jornalismo (GEJO), 22/06/2020