Fotos: Atricon

A equipe da Diretoria de Comunicação do TCE marcou presença, nos últimos dias 14 e 15 de fevereiro, no I Congresso Nacional de Comunicação dos Tribunais de Contas (CNTC 2023), que aconteceu na sede do Tribunal de Contas de Santa Catarina, em Florianópolis, e reuniu cerca de 270 pessoas, entre entre membros e servidores das Cortes de Contas, dos Ministérios Públicos de Contas, além de outros órgãos e entidades e profissionais da comunicação do país.


Estiveram presentes ao evento a jornalista Karla Almeida, diretora de Comunicação do TCE-PE; o gerente de Criação e Marketing, João Sombra, e o servidor da Gerência de Jornalismo, Eduardo Figueirôa, além do assessor de comunicação do Ministério Público de Contas, Fernando  Albuquerque. O encontro contou com a participação também dos conselheiros Carlos Neves e Valdecir Pascoal, que foi mediador de uma das conferências de abertura e palestrante no encerramento.

Durante dois dias, gestores e assessores de comunicação e membros das Cortes de contas brasileiras, jornalistas, representantes de entidades e integrantes da comunidade acadêmica discutiram os rumos e os desafios da comunicação no setor público.

O encontro foi promovido pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Associação Brasileira dos Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom), TCE-SC,  Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC) e Instituto Rui Barbosa (IRB).

“Assim como estamos unificando as normas de auditoria, não só no Brasil, como no mundo todo, também precisamos e queremos unificar a nossa comunicação social, porque isso fortalece a cidadania”, disse o presidente do Tribunal de Contas de Santa Catarina, conselheiro Herneus De Nadal, ao abrir o evento na terça-feira, dia 14.


O conselheiro Nadal destacou que a permanente evolução da comunicação pública é essencial para garantir o exercício da cidadania e fortalecer a democracia. "Ela (a comunicação) é responsável pelo relacionamento entre as instituições e a sociedade, à medida que informa sobre ações e serviços públicos ou cria canais de escuta e de diálogo com a população", disse ele.

O conselheiro Cezar Miola, presidente da Atricon, aproveitou para lembrar o papel das novas tecnologias na comunicação e como elas contribuem para o aumento das informações sobre a administração pública e para uma maior interação com a sociedade. “É uma oportunidade – mais do que propícia, necessária – para se conhecer novas experiências, dialogar, debater e definir estratégias voltadas a aperfeiçoar os processos de comunicação e de relacionamento dos órgãos de controle com a sociedade”, pontuou o presidente da Atricon.

Os presidentes do Tribunal de Contas da União (TCU),  Bruno Dantas,  e do Tribunal de Contas de Portugal,  José F. F. Tavares, não puderam comparecer ao congresso e enviaram mensagens de vídeo falando da importância da comunicação na divulgação das ações dos órgãos de controle.

ll ABERTURA ll

A palestra de abertura do evento foi com a jornalista Sônia Bridi, repórter especial da Rede Globo, que falou sobre “Informação: um ativo público”. Especialista em jornalismo ambiental, ela usou como exemplo os trabalhos que realizou sobre o avanço dos problemas climáticos e a recente crise de saúde vivida pelos Yanomami, ameaçados pela desnutrição e exploração irregular de garimpeiros, dentro da própria reserva indígena, em Roraima.  

Sônia Bridi salientou a necessidade de se fazer chegar informações complexas à população. “Não se deixem intimidar pela complexidade das informações. Insistam em levar essas informações, desvendá-las e traduzi-las à população. Vocês (os Tribunais de Contas) têm informações poderosas sobre tudo o que acontece dentro do estado. Cada centavo gasto. Quanto mais aberto isso for, melhor para a sociedade. Desta forma, como no caso dos Yanomami, haverá consequências. Se o Brasil não tivesse visto aquelas imagens, será que o apoio contra o garimpo seria tão grande como está sendo agora?”, questionou Bridi.

Por fim, a repórter defendeu o papel do jornalismo na construção de uma sociedade verdadeiramente democrática. Para ela, o jornalismo não é sobre dizer o que se quer ouvir, mas sobre o que precisa ser dito com o objetivo de proporcionar ao espectador a chance de tomar decisões conscientes para o seu futuro. “O bom jornalismo é feito para defender o interesse público. Como dizia Belchior: palavras são navalhas, e eu não posso cantar como convém sem querer ferir ninguém”, finalizou sob aplausos do público.

Sônia Bridi montou a primeira base da TV Globo no Oriente (2005) e atuou como correspondente da emissora em Londres, Nova Iorque, Paris e na China. Autora dos livros “Laowai – Histórias de uma repórter na China” e “Diário do Clima”, foi responsável por reportagens de grande repercussão nacional e internacional.

ll PROGRAMAÇÃO ll

Outros temas também foram discutidos ao longo dos dois dias de conferências, e abordaram o enfrentamento às fake news e o combate à desinformação; a força da imagem na comunicação (Design Thinking); políticas de informação e comunicação digital; atividades do setor público no metaverso; atuação conjunta de Poderes e instituições na publicidade; comunicação pública digital; estratégias de relacionamento e experiências do usuário (UX).

Os assuntos foram apresentados pelo especialista em experiência do usuário, Roberto Madruga; pelo presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech; pelo pesquisador e consultor para comunicação em mídias digitais e editor-chefe do Projeto Comprova, Sérgio Ludke; pela jornalista e diretora da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública), Aline Castro; e pelo publicitário Bito Teles, responsável pela estruturação da atuação do Supremo Tribunal Federal nas Redes Sociais (2020-2022) e pela gestão e governança de conteúdo do portal do Ministério do Desenvolvimento Social.

Para Karla Almeida, diretora de Comunicação do TCE-PE, o congresso há muito era esperado por todos da área de comunicação dos Tribunais de Contas e superou as expectativas, tornando-se um marco da informação no setor público, especialmente nos órgãos de controle externo. Segundo ela, o encontro serviu para a troca de experiências, mas também para uniformizar conhecimentos, verificar desafios e problemas comuns, buscar soluções conjuntas, ainda que as realidades/dificuldades locais de informação tenham suas peculiaridades.

“Os debates deixaram clara a necessidade de o setor público se adaptar aos novos tempos e acompanhar as mais recentes tecnologias e tendências da comunicação. É um processo permanente e contínuo o de despertar o interesse da sociedade e divulgar - de forma clara, eficiente, tempestiva e inovadora - o papel, a atuação e os resultados dos trabalhos dos TCs. Somos nós que precisamos nos adaptar aos interesses e à forma como a sociedade consome a informação, não o contrário”, explicou.

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|| ENCERRAMENTO ||

O conselheiro Valdecir Pascoal, que também atua como Corregedor do TCE-PE, teve duas participações no Congresso. Ele mediou a palestra sobre Políticas de informação e comunicação digital, com o jornalista Marcelo Rech - Presidente da Associação Nacional de Jornais e encerrou a programação do evento.

Pascoal, que é coordenador do Grupo de Trabalho de Comunicação da Atricon, apresentou as Diretrizes de Comunicação Social para o Sistema de Tribunais de Contas, numa mesa redonda que teve a participação da presidente da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABC Pública), Alessandra Lessa, do presidente do TCE-SC, Herneus de Nadal, e mediação da jornalista da assessoria de comunicação da Atricon, Priscila Oliveira.

A jornalista explicou o funcionamento do GT de Comunicação da Atricon, fundamental na elaboração das diretrizes e também na divulgação de notícias oriundas das cortes de contas brasileiras. “Representantes dos setores de comunicação dos TCs e do Sistema Tribunais de Contas se reúnem semanalmente para mapear pautas com repercussão nacional, especialmente de estímulo às boas práticas realizadas por cada tribunal”, afirmou.

Pascoal relacionou as principais diretrizes formuladas esclarecendo que elas se baseiam nos resultados de pesquisas acadêmicas, na legislação relacionada à área, princípios definidos pela Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABC Pública), contribuições que resultam do conhecimento e da experiência dos integrantes das assessorias de comunicação dos órgãos de controle, representados no Grupo de Trabalho de Comunicação da Atricon, e nos debates gerados durante o l CNCTC.

“A comunicação tem que estar na estratégia dos tribunais. Precisamos sensibilizar a alta administração e dar concretude às ações de comunicação. É preciso que a comunicação esteja no orçamento”, advertiu o presidente do GT de Comunicação da Atricon.

O conselheiro também projetou os próximos passos a partir de agora: “transformar, a partir de aprimoramento, essas diretrizes em uma resolução formal. A partir disso, incluir essas orientações como quesitos de avaliação do Marco de Medição dos TCs, promovendo uma competição positiva entre os tribunais ”, concluiu o conselheiro.

Confira aqui
a íntegra das Diretrizes de Comunicação do Sistema Tribunais de Contas.


Gerência de Jornalismo (GEJO, 15/02/2023

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