O Comitê Ecos de Pernambuco realizou sua quarta capacitação, na última sexta (18), na sede do Tribunal de Contas, com o tema voltado para a “Gestão de Resíduos Sólidos”. O evento, que lotou o Auditório do Edifício Nilo Coelho, reuniu representantes das instituições que compõem o comitê: Tribunal de Contas, Tribunal Regional do Trabalho, Tribunal Regional Federal, Tribunal de Justiça do Estado, Tribunal Regional Eleitoral e Universidade Federal Rural de Pernambuco. O objetivo foi promover discussões e reflexões sobre o assunto, de modo a contribuir para a busca de soluções e meios eficientes, a exemplo do incentivo à reciclagem, à reutilização de materiais e à redução do consumo.
Abertura - A conselheira Teresa Duere abriu o encontro ressaltando a importância das ações que vêm sendo empreendidas pelo Ecos de Pernambuco. Segundo ela, o Estado tem um atraso muito grande quanto a ações efetivas ligadas à destinação dos resíduos sólidos. Ela também enfatizou a necessidade de se trabalhar em parceria para tratar do assunto, destacando que a questão ambiental, colocada pelo TCE nas análises das prestações de contas de Governo, vem aparecendo como uma das principais causas de rejeição de contas. “Precisamos, antes de tudo neste país, sermos cidadãos e nos unirmos para frear as más práticas de alguns gestores públicos que permanecem usando a questão sustentável como máscara para suas reais intenções” – concluiu.
O vice-reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, mostrou-se satisfeito com a união dos principais órgãos do Estado em busca de soluções para o problema dos resíduos sólidos em Pernambuco. “Estão sendo desenvolvidas ações alternativas de pesquisa, cujos resultados, informações e conhecimentos são transferidos às comunidades, trazendo benefícios à sociedade”, acrescentou ele.
Palestrantes - Após a exibição de um vídeo demonstrando a importância da coleta seletiva de resíduos, o integrante do Grupo de Gestão Ambiental em Pernambuco- Gampe, da UFRPE, Daniel Pernambucano de Melo, expôs a metodologia de trabalho que seria abordada no seminário. Segundo ele, um dos pontos mais alarmantes aponta que “mais de 82% dos 184 municípios pernambucanos ainda não depositam seus resíduos sólidos em aterros sanitários, retratando a gravidade da situação no Estado”.
A representante da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde, Susiane de Pontes Bandeira, apresentou um painel sobre a atual situação dos resíduos sólidos nos municípios pernambucanos e falou sobre os efeitos nocivos à saúde e ao meio ambiente provocados pela incorreta destinação dada aos resíduos, normalmente realizada em lixões ou demais áreas inadequadas ao depósito do lixo. "Não basta apenas adotar o aterro sanitário como solução para o problema. Faz-se necessário cuidar também de sua manutenção, para que sua finalidade não se perca e os mesmos não se transformem em simples lixões”, disse ela.
Em seguida, foi a vez do representante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Paulo Teixeira de Farias, traçar um panorama sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos em Pernambuco, focando na legislação vigente e nas ações que vêm sendo empreendidas dentro do Estado de modo a cumprir os prazos estabelecidos para a adoção definitiva dos aterros sanitários.
O terceiro painel foi apresentado pelo representante do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP), professor Bertrand Sampaio de Alencar, que abordou a metodologia de Caracterização dos Resíduos Sólidos. “O lixo é um problema que está intimamente relacionado à produção no processo industrial e ao consumo. Isso pode ser comprovado ao compararmos os índices de produção diária de lixo por habitante nas décadas de 80 e 90 aos dias atuais. Nas décadas de 80 e 90, o patamar era de 500 a 700g de lixo produzido diariamente. Hoje, pode-se facilmente verificar que esse indicador ultrapassou a marca de 1 kg por habitante/dia”, afirmou. “Tratar do depósito final dos resíduos em aterros sanitários não é o bastante. Precisamos também cuidar da coleta seletiva do lixo produzido, incorporando esse hábito à rotina diária da população”, destacou ele.
Estudo de Caso: Consórcio Grande Recife - Por fim, a especialista em gerenciamento de resíduos da construção civil, Raisa Prota Lins Bezerra, integrante do Gampe/UFRPE, exibiu um estudo de caso sobre o Consórcio Grande Recife, no qual relatou o processo de implantação da Gestão de Resíduos sólidos, destacando a importância do apoio da alta gestão e do envolvimento dos servidores.
Para a servidora do TRE, Sinara Batista, esses eventos são de extrema importância para o conhecimento do panorama estadual, das possibilidades de intervenção, proporcionando uma visão geral sobre o problema do lixo, além de estruturar as equipes das instituições participantes, a fim de intervirem com maior propriedade, aproveitando melhor os recursos e potencializando os resultado, afirmou ela”.
O Comitê Ecos de Pernambuco foi formalizado em setembro de 2014, por meio de um protocolo de cooperação técnica assinado pelo TRT-PE (6ª Região), o TJPE, o TCE-PE, o TREPE e a UFRPE, mantendo por finalidade o estímulo e o desenvolvimento de ações compartilhadas na área de responsabilidade socioambiental.
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Gerência de Jornalismo (GEJO), 21/03/2016