O prefeito de Caruaru, José Queiroz, terá que prestar informações sobre os cachês pagos aos artistas durante as festas de São João da Capital do Forró e a disparidade entre os valores pagos ao cantor Wesley Safadão e a outros, também contratados pelo município.
O cantor cearense cobrou 575 mil reais para se apresentar no São João de Caruaru, enquanto que em Campina Grande, na Paraíba, o cachê cobrado foi de 190 mil reais.
A notificação ao prefeito partiu do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), após representação do Ministério Público de Contas, em função de suspeitas de irregularidades nos processos de inexigibilidade de licitação e contratação da empresa responsável pela organização da festa no município.
Em janeiro deste ano, o Tribunal de Contas julgou irregular um processo da Fundação de Cultura de Caruaru, responsável pelo São João, imputando um débito de quase 1 milhão de reais a ex-diretores do órgão municipal. O TCE apontou uma série de despesas indevidas, pagas com recursos públicos, em beneficio da empresa intermediária na organização do São João.
Em março, após receber documentos do MPCO, o Ministério Público de Pernambuco recomendou à diretora-presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, Lúcia Lima, que não prorrogasse o contrato firmado entre a fundação e a empresa ABPA Marketing e Produção de Eventos, que capta recursos para festividades como o São João de Caruaru por meio de patrocínios de empresas privadas.
Nesta quarta-feira (22), três advogados pernambucanos ingressaram com uma ação popular na justiça, pedindo o cancelamento do show de Wesley Safadão, previsto para acontecer no próximo sábado, 25 em Caruaru. Os advogados se basearam nas denúncias apresentadas pelo MPCO, MPF e MPPE.