Num clima de muita tristeza e comoção, amigos, parentes, conselheiros, colegas do meio jurídico e servidores do Tribunal de Contas de Pernambuco, compareceram ontem ao cemitério Morada da Paz, em Paulista, para o último adeus ao conselheiro João Carneiro Campos, que faleceu por volta das 11 horas da manhã deste sábado, vítima de parada cardíaca, na cidade de Gravatá.
O corpo do conselheiro chegou ao cemitério no final da tarde, acompanhado de alguns familiares. O presidente do TCE, Marcos Loreto, o governador Paulo Câmara e a primeira dama, Ana Luíza Câmara, sobrinha do conselheiro, e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, foram os primeiros a chegar ao local.
Além do presidente Marcos Loreto, compareceram ao enterro os conselheiros do TCE Adriano Cisneiros (substituto), Dirceu Rodolfo, Marcos Nóbrega (substituto), Teresa Duere e Valdecir Pascoal, o procurador jurídico do Tribunal, Aquiles Bezerra, a procuradora geral do Ministério Público de Contas, Germana Laureano, a diretora geral do TCE, Taciana Mota, bem como alguns servidores.
A viúva, Rosana Campos e os filhos, Luíza, João Pedro e José Henrique foram muito cumprimentados pelos presentes. Muitas autoridades também compareceram ao Morada da Paz para se despedir do conselheiro, entre elas, o presidente do Tribunal de Contas da União, ministro José Múcio e a vice-presidente do TCU, ministra Ana Arraes.
O velório começou por volta das 18 horas numa das capelas do Morada da Paz, com uma missa de corpo presente, celebrada pelo frei Rinaldo, da igreja de São Pedro. Às 21 horas todos seguiram para a área externa do cemitério, onde o corpo foi sepultado. Sobre o caixão, as bandeiras de Pernambuco e do Náutico, time de coração do conselheiro.
Emocionados e ainda perplexos com a perda, muitos amigos e colegas do TCE, lamentaram a morte do conselheiro, que neste domingo estaria comemorando 50 anos de vida.
“João Campos era muito mais do que um competente conselheiro e colega de trabalho”, afirmou o presidente do TCE, conselheiro Marcos Loreto. “Era um amigo solidário, de grande caráter e sempre presente. Nesses tempos tão difíceis de intolerância e pouca coerência, fará muita falta ao nosso convívio. A saudade será eterna", disse ele.
“Desde a nossa entrada no conselho do TCE até a manhã tempestuosa de ontem, vivi uma relação de forte carinho fraterno, admiração, absoluta confiança e fecunda parceria com o querido Joãozinho. Tinha o talento e a hombridade de nos trazer ainda mais perto na divergência. No seu livro inacabado, há páginas de pura honradez, amor aos seus, solidariedade ao gênero humano e brilhantismo profissional”, disse o vice-presidente do TCE, conselheiro Dirceu Rodolfo.
“Nestes 'tempos amarelados' por tantos desencontros e despedidas, a saudade ainda incrédula do amigo-conselheiro João Campos. Vida que se repete na estação... Domingo cinza... balões a meio mastro... Menos fidalguia, menos consenso, menos arte, menos humor, menos sensibilidade. Parafraseando o seu saudoso pai, escritor Renato Carneiro Campos, 'precisaremos estar preparados para irmos mais longe do que qualquer esperança'. Olhemos pro céu”, afirmou Valdecir Pascoal.
“O homem de família devia ter a proteção especial das alturas. Não sabemos por que viemos pra cá, sabemos que temos que lutar todos os dias para sermos felizes. São essas tragédias que vêm para ensinar. A vida é uma escola, temos que viver o hoje com um projeto para o futuro próximo. Sentirei muito a ausência de João no meu dia a dia”, externou a conselheira Teresa Duere.
"Assistir um bom filme, ler um bom livro, ouvir uma boa música. Tudo isto era interessante na conversa com João. Partiu com 50 anos incompletos. E sabia conviver bem com os de 40 e 70. Homens assim fazem muita falta e sem eles a convivência fica incompleta. Transparente nas suas posições, trazia uma visão moderna ao Tribunal, o que era muito importante para todos nós. Você vai fazer falta João", declarou o conselheiro Carlos Porto, decano do TCE-PE.
"É uma perda irreparável para a família, para os amigos e para o Tribunal de Contas de Pernambuco. O conhecimento jurídico de João ultrapassava as fronteiras do controle externo, o que o fazia respeitado em todos os ambientes. Vamos sentir falta do amigo generoso e sempre solidário", afirmou o conselheiro Ranilson Ramos.
A procuradora geral do Ministério Público de Contas, Germana Laureano, também se pronunciou sobre a morte do conselheiro. “Eu, que conheci João nos tempos da Faculdade de Direito, fui agraciada com a oportunidade de desfrutar de seu convívio assíduo nos últimos oito anos. Reencontrei no recém empossado conselheiro João Carneiro Campos a mesma fidalguia que marcou os tempos da FDR”, disse ela.
“Perde o Tribunal de Contas, pela competência e dedicação de João Campos, e perdemos todos nós, que tivemos o privilégio de conviver com uma pessoa de caráter exemplar como ele”, disse Aquiles Bezerra.
"Um homem íntegro e de grande sensibilidade. Que Deus conforte os familiares nesse momento de profunda dor", afirmou o prefeito do Recife, Geraldo Júlio.
A Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC), a Associação dos Auditores de Controle Externo do TCE-PE, a Federação Nacional das Entidades dos Servidores dos Tribunais de Contas, o Conselho Nacional dos Procuradores Gerais de Contas - CNPG e o Sindicato dos Servidores do TCE-PE (Sindicontas-PE) também publicaram notas lamentando o falecimento de João Carneiro Campos.
Muitos amigos usaram as redes sociais para manifestar condolências pela morte do conselheiro. “Joãozinho era um amigo querido da faculdade, do TCE e da vida. Mais um cara do bem que nos deixa muito cedo e fará muita falta. Vá em paz meu amigo”, escreveu Ruy Bezerra, auditor do TCE, atual presidente do Instituto de Recursos Humanos do Estado.
“Você é grande, na sua generosidade, na sua tolerância, no seu humor, no seu bom gosto, sendo um excelente AMIGO dos AMIGOS”, afirmou o vereador Jayme Asfora Filho em uma postagem.
“A dor é enorme. Tanto não foi dito e vivido. Mas marcou fundo a vida de todos que tocou. Um brinde ao nosso Joãozinho que para o misterioso desconhecido foi primeiro”, escreveu o advogado e amigo Gustavo Monteiro.
Por meio de uma portaria, o presidente Marcos Loreto, decretou luto oficial de três dias e determinou o hasteamento, a meio mastro, das bandeiras de Pernambuco e do TCE-PE na Instituição.
O governador Paulo Câmara também decretou luto oficial de três dias no Estado. Em nota, se pronunciou sobre a perda do conselheiro: "Expresso aqui, com extremo pesar, minha dor pelo falecimento do amigo e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, João Carneiro Campos. Um profissional dedicado, jurista de renome e, acima de tudo, um grande ser humano. Toda a minha solidariedade e carinho a sua esposa, Rosana e aos filhos, João Pedro, José Henrique e Luiza".
O Conselho Nacional de presidentes dos Tribunais de Contas e conselheiros de vários estados do país, enviaram votos de condolência pelo falecimento de João Carneiro Campos. A Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil, Atricon, e Tribunais de Contas de São Paulo, Tocantins, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Espírito Santo, entre outros, também publicaram em seus sites, notas de pesar pela morte do conselheiro.
INGRESSO NO TCE - João Carneiro Campos era bacharel em Direito, formado pela Universidade Federal de Pernambuco em 1994. Ingressou no Tribunal de Contas em março de 2011, nomeado para o cargo de conselheiro no então governo de Eduardo Campos.
Atuou como presidente da 1ª Câmara do TCE de 2011-2013, presidente da 2ª Câmara de 2012-2013, Ouvidor em 2014-2015, diretor da Escola de Contas em 2016-2017 e exercia atualmente o cargo de Corregedor Geral do TCE.
Gerência de Jornalismo (GEJO), 23/06/2019