A missa de sétimo dia do jornalista Inaldo Sampaio, celebrada no último sábado (16), reuniu muitos familiares, amigos, colegas de profissão e servidores do TCE. A cerimônia aconteceu na igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no bairro de Santo Antônio e foi conduzida por Dom Marcelo, vigário titular.
Inaldo tinha 64 anos e lutava contra um câncer desde 2016. Recentemente se submeteu a uma cirurgia para tratar de uma lesão na coluna e se recuperava em casa. Na madrugada da segunda-feira (11), sofreu uma embolia pulmonar, foi levado ao hospital, mas não resistiu.
Ele ingressou no Tribunal de Contas em 1992 e desde então atuava na Diretoria de Comunicação como jornalista. Também era comentarista político da CBN, assinava uma coluna no jornal Diario de Pernambuco e escrevia para o Blog Política com “P” Maiúsculo desde 2009. Outra grande paixão de Inaldo, além do jornalismo, era a música. Nos anos 90 fundou uma banda, a Pinga Fogo, onde tocava saxofone.
Os músicos da banda participaram da celebração executando os cânticos da missa. Um dos momentos de maior emoção foi quando um dos integrantes, Wilson Leite, executou no saxofone a música Fascinação, uma das preferidas de Inaldo.
Ao se dirigir à família, Dom Marcelo falou sobre a importância de enfrentar a dor da perda com fé, esperança e alma fortalecida. “É preciso que vocês encontrem forças para dar continuidade ao legado que Inaldo deixou aqui na terra”, afirmou.
A filha Joana escreveu um texto para falar do pai e da saudade que ele deixou. “Segunda-feira não perdi meu pai. Ganhei um anjo. Durante meus 29 anos, nunca conheci um ser humano igual a ele. Ao mesmo tempo em que ele era coração, também era razão. Era nosso equilíbrio, porto seguro e nosso norte. Ele só amou. Seguiu o coração. E posso dizer que se não fosse esse amor desmedido não teríamos a força que temos hoje para seguir em frente, honrando cada dia dedicado a nós e cada renúncia em nosso favor. Muitos só o conhecem exatamente pela sua responsabilidade, pela sua inteligência, pelo grande profissional que ele foi. E isso muito nos orgulha. Mas posso dizer com propriedade: ele foi um grande jornalista, mas foi um pai e esposo ainda maior, e isso é o que mais nos deixa felizes e o que mais fica marcado nas nossas lembranças”, escreveu ela.
João Marcelo, filho caçula de Inaldo, também lembrou com carinho a personalidade forte e amorosa do pai. “O sentimento que tenho hoje é de gratidão pelo pai excelente que ele foi para nós. Forte, racional, mas sempre pronto a nos apoiar em tudo. Nunca deixou de lutar e seguir em frente com esperança e felicidade”, disse ele.
Inaldo também recebeu uma homenagem do músico e amigo Léo Damascena, que compôs uma canção para ele em agradecimento pela amizade e convivência.
“Inaldo, amigo Inaldo, é verdade que a morte o levou.
Mas o legado que você deixou não vai se apagar, vamos preservar.
Compadre velho, o amor é mais forte e é por isso que aqui viemos celebrar sua chegada no céu.
E agora está em nós até que em pensamentos podemos lembrar para nos inspirar e as batalhas da vida enfrentar.
Até que um belo dia, qualquer pura e simplesmente dia, possamos nos encontrar”.
No final, o músico e também amigo, Cláudio Almeida, executou a canção "Pingando Fogo", composta por ele na década de 90, em homenagem à banda que Inaldo acabara de fundar.
"Não sei o que ele amava mais, a música ou o jornalismo. No seu último aniversário em agosto, liguei para parabenizá-lo e ele me disse que tinha feito sete apresentações no São João com a banda, em vários palcos do interior. E eu disse, é muita disposição! Ainda penso que Inaldo foi tocar no céu, mas um dia, ele volta", disse Cláudio.
Gerência de Jornalismo (GEJO), 18/11/2019