Um debate sobre a operação Lava Jato reuniu nesta quinta-feira (31), nos estúdios da Rádio Jornal, no Recife, o vice-presidente do TCE, conselheiro Dirceu Rodolfo, o desembargador aposentado (TRF da 5ª Região) Francisco Queiroz Cavalcanti e o advogado Ademar Rigueira. O tema central do debate foi a consequência da operação na vida dos brasileiros, o protagonismo do Ministério Público Federal e do juiz Sérgio Moro, e a atuação polêmica do ministro Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal, por ter deferido diversos pedidos de habeas corpus em defesa de réus detidos pela mencionada operação, alegando a desnecessidade das prisões preventivas.
Sobre a operação em si, os três debatedores reconheceram a sua importância para o país, na medida em que descobriu um vigoroso esquema de corrupção instalado na Petrobrás, com participação de políticos e representantes de grandes empreiteiras.
ESPETACULARIZAÇÃO - Para o conselheiro Dirceu Rodolfo, entretanto, há apenas um reparo a fazer na operação, que poderia ser evitado para dar-lhe ainda mais legitimidade: a “espetacularização” protagoniz
O advogado Ademar Rigueira foi mais além nessa questão dizendo que os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima fazem uso da mídia para constranger magistrados que pensam diferente deles. “Se o magistrado for contra (a denúncia), eles insinuam que está contra a Lava Jato e a favor da corrupção”, afirmou o criminalista.
O desembargador Francisco Queiroz, por sua vez, criticou a operação por estar concentrada nas mãos de um único juiz, em Curitiba e também fez reparos ao Ministério Público Federal, por não ter requerido a falência das empresas envolvidas no esquema de corrupção.
Quanto ao fato de o ministro Gilmar Mendes ter mandado soltar vários envolvidos na operação, Ademar Rigueira
Já Dirceu Rodolfo assinalou que Gilmar Mendes é um dos mais cultos integrantes da Suprema Corte, tendo inclusive feito seu doutorado na Alemanha, “mas como juiz tenho minhas reservas”. Entende que o julgador deve julgar de forma “desapaixonada” os processos sob sua responsabilidade, considerando positiva a existência de várias instâncias revisionais para embasar a “dialética processual”. O debate foi mediado pelo jornalista Geraldo Freire.
Gerência de Jornalismo (GEJO), 31/05/2018