O Pleno do Tribunal de Contas aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (27), um voto de pesar pelo falecimento do médico Cyro de Andrade Lima, avô do atual prefeito do Recife, João Campos. Ele morreu aos 92 anos, no último dia 24 de julho, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC). A proposição foi do conselheiro Marcos Loreto.
Loreto falou do homenageado como grande parceiro da Fiocruz, e um apoiador decisivo para a consolidação do grupo de estudos de saúde coletiva do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, que mais tarde viria a ser o atual Departamento de Saúde Coletiva e também seu trabalho como médico da família em Vitória de Santo Antão, atendendo os pacientes mais necessitados. “Dr. Cyro sempre foi considerado um grande humanista, uma pessoa bastante afável, cordial, e foi um profissional profundamente comprometido com a ética médica e elogiado por todos que com ele conviveram”, destacou o presidente da Primeira Câmara do TCE.
A vice-presidente do TCE, conselheira Teresa Duere, comentou que o “doutor Cyro”, como era conhecido, via a medicina não como profissão, mas como um sacerdócio. Ela lembrou a convivência com ele no período em que trabalhou com Dom Helder Câmara, de quem foi médico, no período de maior agravamento de seu estado de saúde.
“Ao sair, ele ia sempre atender todos os pobres que ficavam às portas e no entorno da Igreja das Fronteiras, residência do então arcebispo de Olinda e Recife. Dali, levava-os a clínicas e hospitais e, se fosse necessário, até os alimentava”, informou a conselheira. Ela enfatizou ainda o trabalho voluntário que o médico fazia em Vitória de Santo Antão, e complementou: “durante anos, duas vezes por semana, saía de Recife para atender os mais pobres daquela localidade, sendo uma referência para todos nós por suas atitudes, dedicação e comprometimento à profissão.
Encerrando a homenagem por parte do Conselho, o presidente Ranilson Ramos, comentou que, apesar de não ter convivido com tanta proximidade com o médico, sempre soube das qualidades do Dr. Cyro pela esposa Marta, que é médica sanitarista e teve a oportunidade de trabalhar com ele por diversos anos. “Em seu engenho, em São Lourenço da Mata, o médico sempre dava leite de cabra para complementar a alimentação das crianças pobres, tendo um papel importante na redução da mortalidade infantil em Pernambuco”, concluiu.
Além de médico, Cyro de Andrade Lima foi também secretário de Saúde de Pernambuco durante o segundo governo de Miguel Arraes, entre 1987 e 1990, e professor da UFPE. Ele deixa a viúva Rejane e cinco filhos, dentre os quais a servidora do TCE, Renata Campos.
Gerência de Jornalismo - GEJO, 28/07/22