Uma palestra sobre a importância da doação de medula óssea no tratamento de pacientes com leucemia e outras doenças do sangue mobilizou os servidores do Tribunal de Contas na manhã da última sexta-feira (10). A iniciativa, promovida pelo TCEndo Saúde, foi resultado de uma parceria com o Hemope e serviu para desmistificar o preconceito ainda existente em relação à doação de medula e fortalecer o banco de dados do Registro Nacional dos Doadores de Medula Óssea (REDOME).
De acordo com a palestrante Josiete Tavares, assistente social do Hemope, este tipo de transplante pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças, em diferentes estágios e faixas etárias. Entretanto, a falta de doadores compatíveis é uma das principais dificuldades encontradas, já que as chances do paciente encontrar um candidato que atenda às exigências são em média de uma em cada 100 mil pessoas. “No Brasil são 1200 pacientes à espera de uma doação, 44 deles em Pernambuco”, informou a palestrante.
Na ocasião, o posto de saúde do Tribunal promoveu o cadastramento dos servidores interessados em ajudar na campanha e realizou a coleta de uma pequena amostra de sangue para verificação da compatibilidade. O evento ocorreu no 9º andar do Edf. Dom Hélder e foi promovido pela Divisão de Acompanhamento e Desenvolvimento de Pessoas (DADP). “Os resultados no TCE foram significativos, uma vez que a apresentação levou 110 servidores a aderirem à campanha”, informou Luciana Coutinho, da DADP.
DADOS - O Brasil possui o terceiro maior cadastro de doadores do mundo. Este ano são mais de quatro milhões de cadastrados, 121 mil somente em Pernambuco. Em 2016, o país registrou um número recorde de transplantes com doadores de fora da família, 27% a mais que no ano anterior. São dados que parecem surpreendentes, mas a realidade demonstra que esses números precisam aumentar.
De acordo com informações do REDOME, o doador considerado ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras. Para 75% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares parcialmente compatíveis.
PROCEDIMENTOS - Para se cadastrar, é simples. Basta o voluntário assinar um termo de consentimento e preencher uma ficha com informações pessoais. A etapa seguinte é a coleta de sangue do candidato a doador, que na ocasião deverá apresentar o documento de identidade. A partir daí, o material é levado para análise em laboratório, de modo a identificar as características genéticas do candidato, permitindo cruzá-las com os dados dos pacientes que aguardam nas filas de transplantes. A compatibilidade somente é confirmada após a realização de outros exames e de uma avaliação clínica de saúde do doador.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer, além da adesão insuficiente, a falta de atualização dos dados cadastrais pelos doadores é outro grande complicador. Os números apontam que de cada cinco possíveis doadores, um não é localizado. Na Região Metropolitana do Recife o índice chegou a 30% este ano,.
CANDIDATOS - Para se tornar um doador é necessário ter entre 18 e 55 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa, incapacitante, neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.
Caso você ainda não tenha aderido à campanha, basta procurar um dos hemocentros do Estado (clicando aqui). Não é necessário agendar. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h. A atualização do cadastro pode ser realizada pelo site redome.inca.gov.br; pelo email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., ou pelos telefones (81) 31824648 e 08000811535 e (21) 39704100.
Gerência de Jornalismo (GEJO), 10/11/2017